Comunicar sem dificuldade: a importância da terapia da fala nas crianças
Aprender a falar é uma etapa muito importante no crescimento das crianças. É através da linguagem que expressam vontades, fazem perguntas, socializam e compreendem o mundo à sua volta. No entanto, este processo de aprendizagem nem sempre acontece de forma simples e, em alguns casos, pode ser necessário o apoio de um Terapeuta da Fala.
Quando surgem desafios na articulação dos sons, na linguagem oral ou escrita, na voz, na fluência ou até na alimentação, as crianças podem levar mais tempo a começar a falar, trocar sons ou falar de forma “enrolada”. A terapia da fala é essencial nestes casos, assim como quando há dificuldade em formar frases ou em compreender o que é dito.
Questões motoras e estruturais, como alterações na boca ou nos músculos do rosto, ou aspetos cognitivos ou neurológicos podem dar origem a estes comportamentos. Cada bebé tem o seu tempo e cada criança é única, por isso, é fundamental uma avaliação para compreender a origem das dificuldades.
Num ambiente tranquilo e adaptado à idade da criança, o Terapeuta da Fala observa como esta se expressa, como articula os sons, como mastiga e engole e como se comporta durante as refeições e define um plano de intervenção, envolvendo a participação da família.
Sinais de Alerta
0-6 meses
Não reagir a sons;
Não sorrir;
Não estabelecer contacto ocular.
6-12 meses
Não emitir sons (“mamama” ou “bababa”);
Não reagir ao nome ou a sons familiares.
12-18 meses
Não brincar;
Não produzir monossílabos;
Não olhar ou sorrir quando brinca com alguém;
Não imitar.
18-24 meses
Não compreender instruções simples;
Usar menos de 6 palavras;
Não dizer palavras simples.
2-3 anos
Usar menos de 200 palavras;
Não questionar;
Não construir frases de duas ou mais palavras;
Dificuldade em gesticular canções infantis;
Usar mais gestos do que palavras ao comunicar.
3-4 anos
Não ter um padrão de fala percetível pelos adultos;
Não construir frases simples;
Usar palavras como “isto” ou “aquilo” em vez dos nomes dos objetos;
Dificuldade em compreender ordens simples sem pistas visuais.
4-5 anos
Omitir e/ou trocar sons nas palavras;
Dificuldade em iniciar ou repetir palavras, gaguejando;
Dificuldade em contar histórias e/ou descrever acontecimentos simples (como a rotina);
Dificuldade em cumprir duas instruções simples;
Dificuldade em falar ou responder a questões sobre o dia anterior ou seguinte.
5-6 anos
Alterar articulação das palavras;
Usar frases mal estruturadas;
Discurso incoerente e desadequado à questão que lhe é colocada;
Dificuldade em manter uma conversa com princípio, meio e fim;
Não dividir as palavras em sílabas e as sílabas em fonemas;
Não discriminar os sons da fala (identificar diferenças entre bota e mota, por exemplo).
A intervenção precoce faz toda a diferença: ajuda a criança a ganhar confiança, a ter sucesso na escola e a criar relações mais positivas com os outros.















