Se consideramos a saúde mental ainda um tabu, o que dizer do suicídio?

Historicamente, e culturalmente, o suicídio tem sido considerado como uma infração, um ato secreto, mal classificado e mesmo escondido entre as famílias e as comunidades. Tal facto tem contribuído para o estigma associado ao suicídio, e a dificuldade em pedir ajuda. A prevenção do suicídio não tem sido adequadamente abordada devido à falta de consciência do suicídio como um grande problema de saúde pública e do tabu em muitas sociedades para o discutir abertamente.

O suicídio resulta de muitos fatores socioculturais complexos e é mais provável que ocorra durante períodos de crise socioeconómica, familiar e individual (por exemplo, perda de um ente querido, desemprego, dificuldades em desenvolver a própria identidade, entre outros).  Nos países com mais rendimentos, como em Portugal, este é um fenómeno que se observa mais junto dos homens do que das mulheres.

Embora o suicídio seja um fenómeno raro, a ideação suicida, e os pensamentos suicidas não são. E sem dúvida que estes pensamentos são acompanhados de grande sofrimento emocional, sensação de desespero, solidão.

O que podemos fazer? Falar sobre isto. Não esconder, mas antes explicar, tentar entender e normalizar a procura de ajuda especializada quando são detetados sinais de alerta, e de sofrimento emocional.

Atualmente existe uma Campanha Nacional de Prevenção do Suicídio, com plataforma online promovida pelo Programa Nacional de Saúde Mental Direção Geral da Saúde, com recursos interessantes para toda a comunidade, e que podem servir para sensibilizar e esclarecer sobre este assunto.