Estar sozinho ou sentir-se só são condições completamente distintas.
A verdade é que podemos passar o dia rodeados de pessoas e, mesmo assim, sentir-nos sós.
O sentimento de Solidão define-se como a ausência de relações sociais essenciais e a falta de afeto nas relações sociais atuais. Isto significa que depende da nossa capacidade de nos relacionarmos com os outros e de sermos vulneráveis. É a capacidade de partilhar o que nos constitui como indivíduos, bem como saber ouvir o outro e ser presente para o outro.
Contrariamente ao que possamos pensar, a Solidão não é apenas relatada na velhice. Atualmente, 80% dos jovens com menos de 18 anos relatam sentimentos de solidão, em comparação com 40% das pessoas acima dos 65 anos*. Este facto deve-se à extrema importância das relações sociais e da aceitação pelos outros na adolescência, bem como à falta de recursos que os jovens têm para lidar com as adversidades. Assim, devemos estar atentos aos sinais de solidão em todas as pessoas ao nosso redor.
A Solidão é um dos principais indicadores do bem-estar social e, embora não seja um problema de saúde, constitui um fator de risco para diversos problemas de saúde física e mental, tais como consumo abusivo de álcool e/ou outras drogas, progressão da doença de Alzheimer, comportamento antissocial, doenças cardiovasculares e AVC, diminuição da memória e da aprendizagem.
Existem três tipos de solidão: a solidão situacional, a solidão de desenvolvimento e a solidão interna. Por existirem diferentes tipos, também existem várias formas de lidar com ela.
Assim, algumas estratégias para lidar com a solidão incluem:
- Estabelecer novas amizades e contatos,
- Tentar abrir-se e fazer partilhas pessoais,
- Fazer psicoterapia,
- Evitar comparações com os outros
- Cuidar de si mesmo.
Esteja atento a si e aos outros!
Procure ajuda quando necessário.
* Mushtaq R, Shoib S, Shah T, Mushtaq S. (2014) Relationship between loneliness, psychiatric disorders and physical health? A review on the psychological aspects of loneliness. J Clin Diagn Res. 8(9):WE01-4. doi: 10.7860/JCDR/2014/10077.4828