A Casa da Mutualidade recebe a exposição “Sou o peso da cor e da flor” de Maria João Damas

A Casa da Mutualidade – Galeria de Arte e Centro de Mutualismo recebe a exposição “Sou o peso da cor e da flor” de Maria João Damas, artista plástica, visual e performativa. A inauguração está marcada para amanhã, dia 3 às 17h00. Contamos com a sua visita.

>> Patente de 3 a 28 de fevereiro
>> Segunda a sexta das 9h00 às 13h00 das 14h00 às 18h00
>> Entrada Livre

Por via das experiências vividas, a Maria João Damas foi captando olhares na vida suspensa de outros. Essa perspetiva, sobre a vida de tantos, provocou no seu ser um desassossego, que viria a ser orientado para a prática artística de pintura e instalação, as quais refletem, quase sempre, lutas pessoais, criativas e sociais.

No seu trabalho existe uma constante procura de novos materiais e diferentes técnicas. Os seus gestos espontâneos vão criando expressões de emoções. Mas a arte, nos seus trabalhos, vai surgindo também, sob outras formas como a instalação e a escultura, procurando sempre refletir através delas, múltiplas realidades – violência doméstica, solidão e desigualdades sociais.

Participou recentemente em Londres, na London Art Biennale com o seu trabalho «Q1 – Not even after one more day…»  e na exposição digital colectiva, W1 Curates Gallery.

Sobre “Sou o peso da cor e da flor”

As suas viagens começavam agora num outro lugar. Um lugar isolado, que permitia ver quem passava do outro lado. Rostos formosos, mas vazios de encantamento, percorriam os seus caminhos, fixando o chão, entre passos acelerados e o verde, que ao fundo se via nas árvores que os iam ladeando. Por vezes, os olhos enfiados nos rostos, cruzavam-se com o verde, sem nunca o conseguirem [vi]ver.

Distante e despido de bens, esse lugar, onde gostava de permanecer, era estranhamente composto, apenas por formas e cores que podiam ser transportadas, através de um simples gesto, e envolvidas lentamente, naquilo que resultaria no que ela era e no que ela sentia. Às vezes era uma flor preta. E o peso dessa flor insuportável. 

O insuportável tinha a mestria de ensinar a amar a leveza. E por isso ela o acolhia.

E assim permanecia, num outro lugar, envolvida entre as imagens dos rostos e os seus pensamentos, que iam de forma lenta, sem tempo, ocupando todo o seu espaço. E do preto surgia o azul que com destreza revelava outro caminho.

E ditava que o céu fosse chão por uns instantes.

E os rostos formosos, de olhos encovados e de passos apressados, aqueles que fixavam o chão, conseguiam alcançar a intensidade do céu. E num outro lugar, do outro lado, acontecia que ela era agora também azul…

A Casa da Mutualidade – Galeria de Arte e Centro de Mutualismo é o espaço polivalente d’ A Previdência Portuguesa no qual a Instituição promove e acolhe a realização de eventos de índole associativa, cultural e mutualista. “É no Dar que se Recebe” é o lema d’ A Previdência Portuguesa, fundada em 1929.

BIOGRAFIA

Maria João Damas é artista plástica, visual e performativa, autodidata, licenciada em Serviço Social pelo Instituto Superior Miguel Torga com pós-graduação em Economia Social pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Vive e trabalha em Coimbra.

Por via das experiências vividas, foi captando olhares na vida suspensa de outros. Essa perspetiva, sobre a vida de tantos, provocou no seu ser um desassossego, que viria a ser orientado para a prática artística de pintura e instalação, as quais refletem, quase sempre, lutas pessoais, criativas e sociais.

No seu trabalho existe uma constante procura de novos materiais e diferentes técnicas. Trabalha predominantemente em acrílico, técnica mista e a base é quase sempre a tela ou o papel. Os seus gestos espontâneos vão criando expressões de emoções. Mas a arte, nos seus trabalhos, vai surgindo também, sob outras formas como a instalação e a escultura, procurando sempre refletir através delas, múltiplas realidades – violência doméstica, solidão e desigualdades sociais.

Participou em diversas exposições. Entre tantas outras, salientam-se:  a seleção do trabalho «Q1 – Not even after one more day…» pela London Art Biennale (Londres, 2021); Exposição digital colectiva, W1 Curates Gallery (Londres, 2021); «Mal me quer, bem me quer, muito, pouco ou nada», Casa das Artes, (Miranda do Corvo, 2020); «Talvez fosse um outro eu…», Centro Cultural Penedo da Saudade, (Coimbra, 2020); «E nem depois de mais um dia… [quarantine collection]», Museu Municipal de Coimbra, (Coimbra, 2020); «Mal me quer, bem me quer, muito, pouco ou nada», Centro Cultural Penedo da Saudade, (Coimbra, 2019).8