O Dia da Liberdade, a Revolução dos Cravos – 25 de abril de 1974.
50 anos já passaram. O que mudou? O que falta mudar?
Que diferenças sentiu o mutualismo com esta reviravolta na sociedade portuguesa?
São as perguntas que se levantam no dia de hoje e para as quais todos poderemos dar respostas, algumas em comum, outras bastante diferentes.
Desde o seu ano de fundação, em 1929, A Previdência Portuguesa sempre pautou a sua atividade com valores de liberdade.
A Ditadura Militar e o Estado Novo não facilitaram a vida ao movimento associativo, complicando-o muitas vezes com legislação controladora e intervencionista, como era timbre da política corporativa, instaurada a partir de 1933.
No período do Estado Novo, devido à forte intervenção governamental da economia, inerentes aos princípios do sistema corporativo em vigor, «o associativismo mutualista, e todas as outras formas de associativismo livre, eram tidas como subversivas e contrárias à ordem estabelecida e indesejáveis, quando pretendiam funcionar fora desse controlo. O Mutualismo português sofreu, assim, uma significativa recessão, com um decréscimo acentuado dos seus associados. De 1931 a 1965, as associações mutualistas baixaram de 527 para 185». (Fonte: “A Previdência Portuguesa, Associação Mutualista, 90 anos em prol da solidariedade, 1929-2019”
No pós-25 de abril de 1974, podemos realçar o papel d’A Previdência Portuguesa, cujo trabalho ao longo de quatro décadas e meia de Associativismo foi destacado por Mário Branco:
A ideia de liberta o Mutualismo das amarras e mordaças a que o Estado Novo submetera as suas instituições e de as fazer arrancar para o rumo aberto pela Revolução dos Cravos despontou n’A Previdência Portuguesa, de Coimbra, por ocasião de um encontro de sócios daquela mutualidade, em junho de 1975, o qual propôs a realização de um Plenário das Associações de Socorros Mútuos de todo o país. Plenário efetuado a 25 e 26 de outubro desse ano, na Associação Comercial e Industrial de Coimbra, com a participação de 27 associações.
Deixamos ainda um comentário de Mário Nunes, antigo Presidente do Conselho de Administração d’A Previdência Portuguesa.
A revolução do 25 de abril trouxe nova luz para as Associações Mutualistas. Um sopro de liberdade e imperiosa necessidade, de ultrapassar burocracias e dinamizar o movimento, fizeram despertar as exigências há muito manifestadas pelos mutualistas, de imprimir novo ritmo e modernidade às associações.
Mário Nunes, «A Previdência Portuguesa, Associação Mutualista, Coimbra – 75 anos ao serviço do Mutualismo – 1929-1979»
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